CARTASE PEDAGOGICA - SEGUNDO ATO DO PRIMEIRO
Continuo preocupada com as minhas lembranças.
Percebo não só as desagradáveis desaparecerem, as boas também.
Isto ocasionará às vezes a abertura de alguns parênteses nos meus relatos, quando tentar contextualizá-las e referenciar alguns sujeitos, dentro de um determinado tempo, os meus processos de aquisição da alfabetização e letramento. Queimei ou não etapas? Colecionei traumas? Superei?
Ficará misturado nestas lembranças, o que vivi, as teorias que estudei, o que vi acontecer nas escolas que trabalhei.
O que favorece? O que dificulta? Precisei da atenção especial de alguém? O que surge depois de tudo isso?
Como dizia um poeta, minhas ações e meu barco são decorrentes da montagem do: “eu sou eu e minhas circunstancias”. Moldarão o colecionamento de minhas aprendizagens, perdas, fracassos, dores e oportunidades, e irão constituir no ronco dos motores propulsores de quaisquer das minhas ações e reações humanas, dando rumo a minha vida. Tais hiatos seriam inevitáveis.
Se você quer aprender, se interessa, tem que aprender a perguntar. E quase sempre, perguntar em sociedade ofende. Um simples ato como este, muitas das vezes não é percebido como necessidade de se saber mais ou ser apenas a procura de mais um dado, entre outros, para se montar um raciocínio, suprir uma alternativa razoável de simplificação, inovação ou crescimento.
Acontece que antes de se passar qualquer ato ou questão por análise, é muito comum o hábito das pessoas “receptoras” de nossas comunicações, até nós mesmos, condicioná-las dentro de um crivo próprio de ferramentas de juízos de valores.
Imaginava diferente. Se eu uso a fala, o outro tem a fala, se a troca para o entendimento não se efetuou imediatamente, isto poderia ser recebido pelo outro como algo perfeitamente natural, mas não é tão simples assim que acontece, e pouquíssimas pessoas permitem isso, profissionais ou não. Insegurança?
Falar sobre essas experiências de vida ou fazer questionamentos sem tentar contextualizá-las, provoca dificuldades na forma de lidar com meus sentimentos de culpa ou não, quanto a apresentar àquilo que me proponho.
Volto a confirmar que falarei de mim. Por enquanto eu serei o foco. Isto talvez contribua ao esclarecimento de alguns equívocos nas prováveis rotulações acumuladas pelo tempo, quando as pessoas dizem que me conhecem.
Se é uma historia de vivências, tenho que contextualizá-las, do meu ponto de vista, é claro. No momento, o máximo que posso fazer seria pedir desculpas por alguma grosseria, caso estas forem ou não involuntárias ou fujam a algum padrão de aceitabilidade, pré-estabelecido, seja lá por quem for.
Por exemplo, uma das lições importantes e definidoras do magistério é a premissa máxima e o endeusamento imposto pela sociedade, até mesmo ditado pelo poder econômico, mesmo sendo um exercício (permitido) ao dialogo, como definição de uso constituinte de um cidadão.
Razão de ser do magistério. Ferramenta forjadora do exercício pleno da cidadania. Controlador do equilíbrio social, defensor, em qualquer pré-requisito.
Em relação ao dialogo: será que meus professores eram cidadãos? Meus pais? Minha família? Aqueles que conviviam comigo? Eu?
Mas, uma das coisas que se aprende cedo em sociedade é sufocar relatos sobre o que se pensa ou qualquer extravasamento de emoção ou afetividade entre os indivíduos. Não é de bom tom falar de sentimentos. Perde-se no jogo. Quanto mais dissimulado você for ou colocar-se distante do que ou com quem está falando, você será visto como “o mais educado”, “o melhor”, o mais “gente fina”, “o poderoso”, o portador de um discurso mais competente.
Quando não se consegue ou se sabe como fazer pelo menos para adaptar-se, ou não se entende prontamente a quem pertence à figura do limites, dados ou personagens, lá vêm os diagnósticos grátis: doido, maluco, desagradável, psicopata, mal criado, impertinente, sistemático ...
Criam-se os nós, que poderão deter em muito a capacidade de alguém em utilizar dos recursos de um processo de negociação, não permanecer resistente, indiferente, ao sentido de colaboração ou participação social, conseguindo sucesso em alguma coisa, de acordo com que cada um gostaria.
Não tive oportunidade de freqüentar o ensino infantil, do 0 aos 6 anos, nem tão pouco conviver com outras crianças além de minha irmã, alguns primos e colegas de quarto, até aos 7 anos e pouco. Isto são fatos. Faço esta referencia porque meus pais eram trabalhadores da indústria de calçados, e creche, era só para órfãos e abandonados. A outra questão foi ter nascido com luxação congênita no quadril. Até 3 anos e meio ainda não andava. Tinha meu tratamento diagnosticados por uma enfermeira pratica, também moradora daquele cortiço. Era complexo de vitaminas, xaropes e purgantes, empurrados “goela abaixo”, comuns a qualquer queixa apresentada, até mesmo de forma preventiva, se por acaso alguns dos filhos de comadres estivessem fazendo uso.
Continuo preocupada com as minhas lembranças.
Percebo não só as desagradáveis desaparecerem, as boas também.
Isto ocasionará às vezes a abertura de alguns parênteses nos meus relatos, quando tentar contextualizá-las e referenciar alguns sujeitos, dentro de um determinado tempo, os meus processos de aquisição da alfabetização e letramento. Queimei ou não etapas? Colecionei traumas? Superei?
Ficará misturado nestas lembranças, o que vivi, as teorias que estudei, o que vi acontecer nas escolas que trabalhei.
O que favorece? O que dificulta? Precisei da atenção especial de alguém? O que surge depois de tudo isso?
Como dizia um poeta, minhas ações e meu barco são decorrentes da montagem do: “eu sou eu e minhas circunstancias”. Moldarão o colecionamento de minhas aprendizagens, perdas, fracassos, dores e oportunidades, e irão constituir no ronco dos motores propulsores de quaisquer das minhas ações e reações humanas, dando rumo a minha vida. Tais hiatos seriam inevitáveis.
Se você quer aprender, se interessa, tem que aprender a perguntar. E quase sempre, perguntar em sociedade ofende. Um simples ato como este, muitas das vezes não é percebido como necessidade de se saber mais ou ser apenas a procura de mais um dado, entre outros, para se montar um raciocínio, suprir uma alternativa razoável de simplificação, inovação ou crescimento.
Acontece que antes de se passar qualquer ato ou questão por análise, é muito comum o hábito das pessoas “receptoras” de nossas comunicações, até nós mesmos, condicioná-las dentro de um crivo próprio de ferramentas de juízos de valores.
Imaginava diferente. Se eu uso a fala, o outro tem a fala, se a troca para o entendimento não se efetuou imediatamente, isto poderia ser recebido pelo outro como algo perfeitamente natural, mas não é tão simples assim que acontece, e pouquíssimas pessoas permitem isso, profissionais ou não. Insegurança?
Falar sobre essas experiências de vida ou fazer questionamentos sem tentar contextualizá-las, provoca dificuldades na forma de lidar com meus sentimentos de culpa ou não, quanto a apresentar àquilo que me proponho.
Volto a confirmar que falarei de mim. Por enquanto eu serei o foco. Isto talvez contribua ao esclarecimento de alguns equívocos nas prováveis rotulações acumuladas pelo tempo, quando as pessoas dizem que me conhecem.
Se é uma historia de vivências, tenho que contextualizá-las, do meu ponto de vista, é claro. No momento, o máximo que posso fazer seria pedir desculpas por alguma grosseria, caso estas forem ou não involuntárias ou fujam a algum padrão de aceitabilidade, pré-estabelecido, seja lá por quem for.
Por exemplo, uma das lições importantes e definidoras do magistério é a premissa máxima e o endeusamento imposto pela sociedade, até mesmo ditado pelo poder econômico, mesmo sendo um exercício (permitido) ao dialogo, como definição de uso constituinte de um cidadão.
Razão de ser do magistério. Ferramenta forjadora do exercício pleno da cidadania. Controlador do equilíbrio social, defensor, em qualquer pré-requisito.
Em relação ao dialogo: será que meus professores eram cidadãos? Meus pais? Minha família? Aqueles que conviviam comigo? Eu?
Mas, uma das coisas que se aprende cedo em sociedade é sufocar relatos sobre o que se pensa ou qualquer extravasamento de emoção ou afetividade entre os indivíduos. Não é de bom tom falar de sentimentos. Perde-se no jogo. Quanto mais dissimulado você for ou colocar-se distante do que ou com quem está falando, você será visto como “o mais educado”, “o melhor”, o mais “gente fina”, “o poderoso”, o portador de um discurso mais competente.
Quando não se consegue ou se sabe como fazer pelo menos para adaptar-se, ou não se entende prontamente a quem pertence à figura do limites, dados ou personagens, lá vêm os diagnósticos grátis: doido, maluco, desagradável, psicopata, mal criado, impertinente, sistemático ...
Criam-se os nós, que poderão deter em muito a capacidade de alguém em utilizar dos recursos de um processo de negociação, não permanecer resistente, indiferente, ao sentido de colaboração ou participação social, conseguindo sucesso em alguma coisa, de acordo com que cada um gostaria.
Não tive oportunidade de freqüentar o ensino infantil, do 0 aos 6 anos, nem tão pouco conviver com outras crianças além de minha irmã, alguns primos e colegas de quarto, até aos 7 anos e pouco. Isto são fatos. Faço esta referencia porque meus pais eram trabalhadores da indústria de calçados, e creche, era só para órfãos e abandonados. A outra questão foi ter nascido com luxação congênita no quadril. Até 3 anos e meio ainda não andava. Tinha meu tratamento diagnosticados por uma enfermeira pratica, também moradora daquele cortiço. Era complexo de vitaminas, xaropes e purgantes, empurrados “goela abaixo”, comuns a qualquer queixa apresentada, até mesmo de forma preventiva, se por acaso alguns dos filhos de comadres estivessem fazendo uso.
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