Possibilidades - Professores em Rede

Possibilidades

É tempo de descrenças, mas olhe como um abraço faz história.
Nós temos uma companheira de trabalho que é inspetora escolar, seu nome é Maria Lúcia Pimentel, (eu a chamo de Pimentel), e atualmente faz parte da nossa comissão de recursos da avaliação de desempenho.
Até aí nada demais.
Só que ela tem os olhos puxados e traços bem marcantes, que lembram japonês, chinês, coreano, tailandês, todos que imediatamente a gente imagina ou pensa reconhecer.
Alem disso, não sei como se explica ou vem ao caso, me lembro de uma plantação de pimenta vermelha que nunca vi.
Pois bem, ela foi a uma determinada escola fazer um serviço e quando passou pelo pátio tinha uma turma de crianças.
Entrou normalmente nas salas da administração e foi surpreendida com a presença de uma professora acompanhada de uma aluna:
- esta aluna quer te dar um abraço como representante do povo japonês. A época era de terremoto e tsunami.
Ela respondeu: tudo bem, mas eu não sou japonesa, minha origem é javanesa.
- onde fica isso?
-É uma ilha que fica no sul da Ásia. Vocês têm professor de geografia, peça para ele mostrar no mapa.
A aluna então perguntou se poderia tirar uma foto com a turma dela.
Foram para o pátio e lá está ela no meio da criançada.
Duas semanas depois, para finalizar seu trabalho, retornou a escola e foi convidada a ir até a sala de aula ver o produto da pesquisa sobre a ilha de Java.
Não é que os meninos descobriram por lá um castelo e perguntaram se é lá que ela morava?
Do trabalho com a professora da classe mais o de geografia, resultaram em um painel que as crianças montaram com todas as informações coletadas, inclusive comidas típicas e vestuário.
Ela revelou as fotos e mandou para as crianças.
Olha só:
de uma confusão com japonesa, descobriu-se a existência de mais um povo, o javanês.
Ficou estabelecida uma rede social.
Abriu-se um novo espaço para pesquisar sobre o assunto, Coordenado pela professora dessa classe de 5ª série, professora Márcia, de Matemática.
Efetuou-se a parceria com o professor Nelson, de Geografia dessa escola, que proporcionou para os alunos uma participação imprescindível na confecção de um painel.
Avivou-se o empenho da diretora, disponibilizando maior tempo de um funcionário que vai à superintendência providenciar documentação ficar incumbido de manter a comunicação com as crianças.
Por outro lado, funcionários da metropolitana B, também abriram espaços para as providencias de organização e tramitação de arquivos na internet, scannear e imprimir as fotos destinadas como lembranças à turma.(Nelma Lucia e Rose Lana).
Tudo para que não morresse o retorno das mensagens até aos alunos e continuasse as possibilidades de se viver um sonho. O castelo pode não ser da inspetora, mas certamente abrigará sonhos diversos dessas crianças.
Cada um com sua princesa, com seu príncipe, com o seu dragão, e uma espada mágica, porque ninguém e de ferro.
Já dizia um cidadão do mundo:
“I have a dream”. (Mather Lutlher King).
Na pequena comunidade da Escola Estadual Laurita de Melo Moreira, cada aluno pode dizer: Eu Também!