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07 junho, 2011

Alguns pontos pacificos - Professores em Rede

Alguns pontos pacíficos - I


Determinadas coisas que você lê modificam seus caminhos ou solidificam suas certezas.
Não sei se isso é bom ou ruim. É.
Há um tempo atrás eu decidira não mais me interessar diretamente por Educação.
No ano de 2000 ou 2002 foi o ultimo momento que passei dentro de uma escola estadual como especialista.
O nome do cargo ou função muda, para os designados, de acordo com as legislações e as vagas disponíveis.
A partir de um tempo isso também passa a ser detalhe.
Num tempo anterior, estava por dois anos como especialista ou supervisora ou orientadora, em escola estadual que funcionava com quinta a oitava série pela manha mais o ensino médio, quinta a oitava serie á tarde e o Projeto Eja à noite.
O ambiente normalmente já era limite, em todas as demais situações também.
Só como um dos exemplos, o numero excessivo de alunos fora da faixa escolar, em todas as series.
Horários vagos, falta de funcionários, e os mais importantes etcs., puxavam o cordão.
Começava a entrar mais oficialmente e compulsoriamente nas escolas, os alunos provenientes dos conselhos tutelares, com comportamentos mais resistentes e agressivos do que qualquer estrutura naquele momento pudesse “acolher”.
Entre o local onde os alunos subiam aos outros dois andares para as salas de aula, o acesso a sala de professores tinha um corredor médio onde se abria para as salas de vice-direçao, supervisão, direção.
Num determinado recreio estava entrando nesse corredor e ouvi um grito de desespero.
Um aluno prendia uma professora de encontro à parede, ameaçando-a do que não vem ao caso.
Tentei tirar a atenção dele e de repente ele caminhou na minha direção gritando: “não vem não que também te mando pro inferno”, ao mesmo tempo em que me jogava de encontro à parede.
Levantei as mãos e disse: “pegue sua vida e faça dela o que quiser” , mas claro que não foi por isso, e felizmente ele foi embora,
Percebi naquele momento minha inutilidade.
Alem do sentimento horrível de impotência.
Querendo ou não, meu momento de linha de frente se esgotara.
Um ano e meio depois, como concursada na SEE/MG, circunstancialmente, mudei meu rumo.
Gostava dos desafios da escola.
Comecei no órgão central estudando mais sobre legislação. Não era nem de perto a minha preferência, mas fui educada para comer jiló, e para não fugir à regra, estava sempre reclamando.
Desse tempo como servidor oficialmente administrativo, estava e estou longe do som da escola.
Em um dos intervalos no processo de tentativa de aposentadoria, por acaso, “fiz” um curso de blog, no Educarede, e dentro dos exercícios, era necessário montar um.
Minha ineficiência em informática teria que ser vivenciada de uma forma ou de outra.
Descobri o falecimento de um dos meus Professores, Hélcio Lins Werneck, e resolvi repensar através de “cartase pedagógica e funcional” o que significava para mim a Educação.
Sempre com duvidas, encontrei um texto do Professor Jamil Cury, sobre Educação Básica, de como foi constituído e acatado este conceito, e voltei a puxar fios.
Entre outros, vi o de “TENSÕES CONTEMPORÂNEAS NO PROCESSO DE PASSAGEM DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DE CASO”.
Uma “Tese apresentada à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Educação.
Orientadora: Maria Cristina Soares de Gouvêa
Co-orientadora: Maria Lúcia Castanheira
BELO HORIZONTE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO/UFMG 2010”
Com um:
“RESUMO
No contexto da ampliação do ensino fundamental para nove anos, investiguei como foi vivida, por um grupo de crianças, a transição de uma escola de educação infantil para uma de ensino fundamental em Belo Horizonte. O processo de construção e análise dos dados da pesquisa baseou-se nas abordagens da sociologia da infância (CORSARO, 2005) e da etnografia interacional (CASTANHEIRA, CRAWFORD, DIXON e GREEN, 2001). Os dados da pesquisa incluíram anotações no diário de campo; gravações em vídeo das salas de aulas; gravações em áudio de entrevistas informais e semi-estruturadas com professoras e crianças; e artefatos escritos usados e/ou produzidos nas salas de aulas. Ao longo do processo investigativo, buscou-se apreender a multiplicidade dos contextos que informavam as práticas educativas: a cultura de pares, a cultura escolar e dos professores e o sistema educacional. Compreende-se que, portanto, as interações entre os sujeitos nos contextos locais são negociadas em relação a contextos globais.
Verificou-se que as práticas educativas que assumiram centralidade na educação infantil e no ensino fundamental estruturaram-se em torno da brincadeira e do letramento, ambas situadas diferencialmente nos dois segmentos. Argumento que a falta de diálogo presente na organização do sistema educacional brasileiro em relação aos dois primeiros níveis da educação básica refletiu-se no processo de desencontros vivenciados pelas crianças pesquisadas na passagem da educação infantil para o ensino fundamental.
Nesse sentido a investigação, ao ter como foco o registro da experiência infantil na transição entre os dois segmentos, evidenciou a necessidade de uma maior integração entre o brincar e o letramento nas práticas pedagógicas da educação infantil e do ensino fundamental, ambas dimensões fundamentais para as crianças, dentro e fora das escolas.
Palavras-chave: educação infantil; ensino fundamental; transição; cultura de pares. “

Prossegui no sentido de entender mais sobre Educação Básica.
Aí foram se incorporando novos conceitos, como a importância da “Sociologia da Infância”, a importância dos aspectos culturais, a contribuição da Psicologia, o caráter histórico das situações, e coisas e tais que não haviam sido valorizados assim teoricamente de forma direcionada, validando até mesmo um TCC, que havia feito antes.
Segue...

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