É
Interessante como as críticas ou reflexões que são apontadas em relação aos métodos tradicionais de ensino, diante dos apelos à modernidade ou como justificativa aos índices inadequados de desempenho dos alunos, dizem na maioria das vezes a mesma coisa.
Sinceramente, tenho visto mais criticas aos métodos tradicionais de ensino apoiadas num suposto comportamento autoritário dos professores, em contradição a necessidade de uma autoridade competente, onde pesam mais misturas de conceitos do qualquer outra coisa.
A necessidade e o domínio do conteúdo e a figura da autoridade pelo professor é fundamental para traduzir uma prática de competência profissional.
Vejo referencias, mas não vejo fundamentação teórica que dizem respeito direto a esses possíveis prejuízos.
Chamar os métodos tradicionais de elitistas até concordo, no sentido de ser melhor adaptado aos que conseguem usufruir da aprendizagem de uma forma menos dependente, mais direto aos que possuem “maior capacidade” de organização.
Estas críticas mais repetitivas aparecem assentadas mais em questões de relacionamentos pessoais, isto é, não estariam ligadas tão diretamente às avaliações sobre as aquisições provenientes de processos de ensino, do que uma analise sobre a eficiência de cada método.
Quero dizer que reflexões que demandam pesquisa científica em relação a esse tema, não se encontram fácil na bibliografia, inclusive analises comparativas entre métodos.
Por que estou dizendo isto?
Provavelmente seja uma visão comprometida.
Estou fora dos bancos escolares e não sei diretamente o que está sendo desenvolvido nos cursos superiores.
Tenho tentado me manter capacitada o máximo que consigo e por isso uso muito a internet, o que é muito prazeroso, mas às vezes também, muito cansativo.
Quando você está lendo algum material importante e se esquece de anotar suas referencias e guardar o arquivo, cria automaticamente um problema de difícil solução.
Vamos ao exemplo nesta caminhada “internetica”, comentando as dificuldades de uma aluna submetida a uma escola tradicional.
Pelo que entendi, a reportagem dava exemplo de uma garota, no primeiro momento, transferida de uma escola publica para uma particular, esta de métodos tradicionais, já no final da Educação Básica.
Ela começou a perder o controle de suas tarefas, porque não conseguia se organizar para cumpri-las.
Até aí tudo bem, pode-se enumerar várias questões em relação às diferenças entre os sistemas de ensino.
Mas quando a mãe descreve as características de sua filha, verifica-se uma forte tendência desta á dificuldades emocionais em seguir modelos, acatar ordens, principalmente preestabelecidos.
Isto me fez repensar as minhas próprias dificuldades em relação à aprendizagem em uma escola tradicional até a formação na Faculdade.
Eu tive a sorte de estar sempre nas melhores turmas por onde passei, o que considero um privilegio.
Os primeiros lugares eram disputadíssimos.
O tempo era ainda de se dar nota considerando os centésimos: 9,99 pode?
Ficava eu sempre no limite médio das medias.
Acontece que eu tinha uma característica, descoberta, posso dizer recentemente: eu não era e nunca fui competitiva, mas isso nunca me impediu de estar no meio daquelas “feras”, sem sombra de duvidas, altamente competentes em seus fazeres e profissões.
Eu, nem tanto, apesar de sempre estudar, levava em consideração primeira, o meu prazer, a minha satisfação, o que me deu muito problema na vida.
Dessa formação tradicional, herdei o desejo de sempre procurar entendimento para as coisas, mania de relacionar, optar, simplificar (pelo menos para mim), persistir em montagem de raciocínio com inicio, meio e fim, pensar sempre no social.
Defeitos meus? Desejo de dominar o tempo, um alto grau de intransigência, para não dizer de teimosia, certa aversão à imobilidade, uma dose de petulância e sarcasmo.
Vários outros.
Mas me lembro com carinho dos cacoetes de meus mestres que pela vida imito.
Acho que eles atingiram o objetivo: muito do que aprendi, permanece internalizado.
Na minha família somos duas irmãs que tiveram praticamente o mesmo caminho: só que com ela o método tradicional não funcionou.
Concordo que se fosse ao tempo de hoje, ela teria mais chance, porque seguramente é bem mais competente que eu, possui um senso pratico, que invejo.
Aí me vem os ditados populares: “cada um com seu cada um”, e um mais moderno “cada um no seu quadrado”.
Também tenho os meus entraves, acredito piamente que não existe método, teoria, sistema, um melhor que o outro, quando se trata de Educação.
São apenas diferentes, em determinados momentos evolutivos, e deveriam ser de conhecimento de todos os professores, sua fundamentação e aplicabilidade.
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