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18 novembro, 2011

Olhe tambem este - Professores em Rede


Tudo está interligado

Com investimentos mundiais de US$ 34 bilhões, as cidades inteligentes despontam como solução para ajudar populações.
 Uso das redes sociais contribui para o sucesso do projeto

Ataide de Almeida Jr. e Shirley Pacelli Enviado especial
Publicação: 17/11/2011 04:00
Rio de Janeiro – Quando a filipina Danica Mae Camacho e outras sete meninas da Índia nasceram no fim de outubro, elas não sabiam, claro, que disputavam a primazia de se tornarem o ser humano de número 7 bilhões do mundo.
A chegada dessas crianças trouxe mais que um recorde para a população.
Com elas, retornaram as preocupações de como o homem deve se comportar para ter um planeta duradouro – sem escassez de alimentos e água, por exemplo – e que garanta um lugar para todos morarem.
Esses pontos importantes para a sobrevivência da raça humana têm ao seu lado um grande aliado: a tecnologia. E a aposta que possa garantir um futuro promissor para a Terra são as cidades inteligentes.
O conceito é bem simples: trata-se de qualquer área urbana que explore seus dados para otimizar a prestação de serviços.
Assim, é possível monitorar, medir e gerenciar praticamente qualquer sistema físico, recolher e analisar informações em tempo real sobre tudo – dos transportes à rede elétrica, trazendo benefícios e facilidades para a população.
Os investimentos nesse tipo de tecnologia devem chegar a US$ 34 bilhões até o fim de 2011 no mundo e atingir US$ 57 bilhões até 2014, segundo dados da consultoria de mercado IDC.
"Essa onda de urbanização apresenta um enorme desafio e também oportunidades para todos nós.
A boa notícia é que temos capacidade, tanto tecnológica quanto política, para transformar as cidades e manter o progresso social", afirma Sam Palmisiano, CEO da IBM, que promoveu na semana passada, no Rio de Janeiro, o fórum Smart Cities, dedicado a mostrar exemplos em todo o mundo.
Em locais onde foram aplicadas algumas soluções das cidades inteligentes, conceito a partir do qual a IBM oferece sua tecnologia, foi possível constatar, por exemplo, uma redução no tráfego de automóveis em 18% e uma diminuição na emissão de CO2 de 14%, segundo a empresa.
Pelo Intelligent Community Forum (ICF), que estuda a organização das comunidades nos países, o Brasil tem três cidades inteligentes:
Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Piraí (RJ).
Todas utilizaram a tecnologia, seja nos transportes coletivos (como em Curitiba), seja implementando a internet em locais públicos (como em Piraí), para tentar facilitar a vida da população.
Nesta lista, em breve, deve entrar a cidade do Rio de Janeiro.
Desde o começo do ano está funcionando o Centro de Operações do Rio (COR).
Com a ajuda da tecnologia da IBM, o COR é responsável por monitorar, principalmente, as áreas da cidade onde ocorrem mais inundações em decorrência das chuvas.
Ele está integrado com as polícias, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil.
O COR conta com o auxílio de um sistema próprio de previsão do tempo, que afere a probabilidade de chuva em um raio de um quilômetro, enquanto os métodos tradicionais varrem uma área de nove quilômetros quadrados e são menos precisos.
"Toda informação está interligada com os principais órgãos do estado, inclusive o prefeito.
Os governos estão vendo que isso é importante", explica Guru Banavar, vice-presidente para o setor público global da IBM.
O cidadão pode acompanhar, por meio do Twitter (@operacoesrio), como está a situação em áreas de risco, como o trânsito, e informar sobre acidentes na região.
"Esses sistemas servem também para o controle de energia e água da população.
Temos mais de 2 mil projetos em pequenas, médias e grandes cidades que garantem um funcionamento melhor", afirma Banavar.
Deu certo
O que o Rio de Janeiro acabou de conquistar é um pequeno passo diante das possibilidades das cidades inteligentes.
Em Tigre, município na Grande Buenos Aires, Argentina, há pouco mais de 31 mil habitantes, e tecnologia para facilitar a vida do cidadão e eliminar parte da burocracia do governo.
"Colocamos 80 quilômetros de cabos de fibra ótica pela cidade e distribuímos Wi-fi pelos pontos de maior movimentação, como praças, museu, escolas e pontos de ônibus.
Temos, agora, uma interconectividade dos serviços", explica Sergio Massa, prefeito de Tigre.
Com o uso da internet, a população pode ver on-line quanto tempo vai demorar para o ônibus chegar, assim como o trajeto que ele vai fazer – os veículos foram equipados com GPS –; pagar impostos com apenas um clique e verificar, por meio do sistema de vigilância por câmeras, como está o bairro em que mora.
Com a ajuda das redes sociais, os cidadãos podem informar a ocorrência de um roubo ou mesmo pedir ajuda em caso de doença.
"Está tudo integrado.
Temos que aproveitar ao máximo a tecnologia para o desenvolvimento sustentável da cidade", ressalta Massa.
E a capital mineira?
Se não está no ranking feito pelo Intelligent Community Forum, Belo Horizonte foi considerado o município mais digital em levantamento feito em junho pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
Conceitos à parte, experiências mostram que a capital dos mineiros trilha o caminho da inteligência artificial e já vivencia integração de serviços públicos.
Mas há muitos desafios a serem vencidos
Quatro pontos
Sem revelar quais outras cidades estão nos planos da IBM para integrar o time das comunidades inteligentes, Pedro Almeida, diretor de estratégias das cidades inteligentes da IBM, disse que as dimensões do Brasil fazem com que quatro aspectos possam ser explorados:
A segurança, para identificar crimes mais rapidamente, defender a população e melhorar a resposta nas chamadas de emergência;
Os transportes, para melhorar o tráfego de informações e integrar os sistemas;
A infraestrutura, em que entram construções inteligentes de portos, aeroportos e prédios; A energia para trazer um modelo mais sustentável ao país.

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