http://www.scielo.br/pdf/es/v29n105/v29n105a12.pdf
SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO: DESAFIO PARA UMA EDUCAÇÃO IGUALITÁRIA E
FEDERATIVA CARLOS ROBERTO JAMIL CURY*
http://www.moderna.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A7A83CB31BFE9740131D31FD0DA2CBD
POR UM SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Carlos Roberto Jamil Cury
Doutor em Educação. Professor
adjunto da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
http://grupoautentica.com.br/download/capitulo/20101013114252.pdf
CARLOS ROBERTO JAMIL CURY. Intelectual e Educador
Cury, Carlos Roberto Jamil
Carlos Roberto Jamil Cury, intelectual
e educador / organização e Introdução
Cynthia Greive Veiga. – Belo
Horizonte : Autêntica Editora, 2010. – (Coleção Perfis da Educação ; 1)
Bibliografia.
ISBN 978-85-7526-501-7
1. Cury, Carlos Roberto Jamil 2.
Educação - Brasil 3. Educadores - Brasil
I. Veiga, Cynthia Greive. II.
Título III. Série.
10-09022 CDD-370.92
Art.
64. A formação de profissionais de educação para administração Art. 64. A
formação de profissionais de educação para administração, planejamento,
inspeção, supervi são e orientação educacional para a educação básica, será f e
i t a em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério
da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional .
A Formação Docente e a Educação
Nacional Carlos Roberto Jamil Cury/PUCMG1
Manifesto pela Educação completa 80 anos na gaveta
Documento, de 1932, pede escola
obrigatória, laica, gratuita e sem discriminação
Publicado: 18/06/12 - 8h20
Atualizado: 18/06/12 - 8h23
O educador Anísio Teixeira foi um
dos signatários do manifesto, que tinha propostas claras para educação Arquivo
RIO - Faz 80 anos que um grupo de
notáveis, entre eles Cecília Meireles, Anísio Teixeira, Lourenço Filho e
Fernando de Azevedo, publicou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
Ousado para a época — 1932 —, o manifesto tinha propostas claras para a
Educação no Brasil: escola obrigatória, laica e gratuita, sem discriminação de
gênero ou de classe. Destacava ainda que era preciso investir nos professores,
com “formação e remuneração equivalentes que lhe permitam manter, com a
eficiência no trabalho, a dignidade e o prestígio indispensáveis aos educadores”.
Oito décadas depois, o manifesto
não foi integralmente cumprido e, segundo Arnaldo Niskier, membro da Academia
Brasileira de Letras, “o Brasil continua avançando de forma desconexa”:
— No ensino fundamental, que está
quase universalizado, cresce o número de alunos, mas esquece-se a qualidade,
que é o que importa. O ensino médio, por sua vez, não cresce nem
quantitativamente nem qualitativamente. No ensino superior, atendemos metade do
que deveríamos. O manifesto mostrava que, na década de 30, tínhamos um ensino
órfão e essa é também a realidade de hoje.
Professor da PUC-MG, Carlos
Roberto Jamil Cury concorda que nem tudo o que foi proposto acabou sendo
colocado em prática, mas aponta que o documento trouxe algumas mudanças
importantes para o país.
— Eles foram ousados e, graças a
isso, a Constituinte de 34 tornou obrigatória a presença das crianças nos
quatro primeiros anos do primário, e fez também com que as escolas fossem
gratuitas. Por conta disso, uma porcentagem dos impostos tinha que ser voltada
à Educação. E, até a década de 90, o Brasil foi o único país a ter vinculado a
obrigatoriedade de imposto para Educação — conta Cury, que lembra que a
Constituição incorporou ainda a coeducação (escolas voltadas para meninos e
meninas): — Foi numa época em que a aproximação entre homens e mulheres era
vista como algo pecaminoso e as mulheres não tinham muitos direitos.
Parte de um processo histórico —
em 1930, o então presidente Getúlio Vargas havia criado o Ministério da
Educação (MEC) —, o manifesto começou a ser construído, segundo a historiadora
Maria Luiza Marcílio, professora de História da Faculdade de Filosofia da USP e
autora do livro “História da escola em São Paulo e no Brasil”, ainda no final
do século 19:
— No final do Império, os
paulistas começaram um processo de revolução do ensino em uma época em que o
primário era precário, não havia ensino secundário ou superior e as taxas de
analfabetismo eram grandes. Foram criados grupos escolares, que instituíram o
primário seriado e, aos poucos, acabaram sendo multiplicados nas capitais —
explica Maria Luiza: — Ainda assim, quando o manifesto foi lançado, nós ainda
não tínhamos condição de fazer o que propunha.
Oito décadas depois, de acordo
com Maria Cristina Gomes Machado, professora de História da Educação da
Universidade Estadual de Maringá, “o país não cumpriu a expectativa de
construir aquela escola proposta pelo manifesto, e o que era ousado em 1932 já
teve tempo suficiente para ser posto em prática”.
— Lidamos com o esvaziamento da
escola pública, com o crescimento das instituições privadas e com escolas para
ricos e para pobres. Temos, então, espaços seletivos, fragmentados, onde não
existe a convivência com os diferentes tipos de classes. Um documento assinado
em 1932 não era mais para ser ousado, mas faltou ao Brasil uma proposta
nacional. Temos propostas de governo, planos emergenciais, mas não pensamos a
Educação a longo prazo.
O Brasil tem, segundo o Censo
Demográfico 2010 do IBGE, 96,9% das crianças de 7 a 14 anos matriculadas na
escola. No entanto, ainda que o ensino fundamental esteja quase universalizado,
um estudo feito pelo Todos pela Educação, em todas as capitais do Brasil em
2011, mostrou que 43,9% das crianças que concluíram o 3 ano do ensino
fundamental não aprenderam o que era esperado em leitura. Em relação à escrita,
o resultado foi ainda pior: 46,6% dos alunos não atingiram a meta.
— O grande problema hoje é que
universalizamos a educação, mas a qualidade é baixa. Estamos avançando devagar,
mesmo com as cobranças internas, internacionais e da sociedade. Os problemas
hoje estão sendo discutidos e isso é um avanço — diz Marcus Vinicius da Cunha,
professor de Pedagogia da USP.
Formação de professores
Para Cury, da PUC, e Maria Luiza,
da USP, no entanto, o avanço maior se dará quando o país passar a investir na
formação do professor.
— Na ditadura militar, houve
quase a extinção da Escola Normal e de lá para cá não houve substituição. Dar
atenção ao professor alfabetizador é fundamental, pois a situação do Brasil é
dramática — diz Maria Luiza.
— Para reverter o quadro, antes
de qualquer coisa, é necessário recuperar o status do professor, começando por
recuperação salarial digna, além de repensar a formação. Hoje, em muitos casos,
os piores alunos buscam o magistério, mas a figura do professor é estratégica
se quisermos melhorar o ensino. E precisamos entender que o perfil do aluno
mudou. Já no manifesto estava claro que, sem uma nova metodologia, não iríamos
adiante e eles tinham razão — diz Cury, que acredita que é hora de rever o
pacto federativo:
— Certas iniciativas têm que ter
caráter nacional. É um contrassenso não ter um currículo nacional e o MEC
avaliar as escolas nacionalmente. Como avaliar se não se sabe o que foi
ensinado nos primeiros anos?
Entusiasta do manifesto, Arnaldo
Niskier concorda que a formação dos professores é fundamental:
— Deve ser a prioridade. O
professor hoje está sobrecarregado, tem que ser mãe do aluno, precisa dar aulas
em várias escolas, não tem salário digno. As escolas não se renovam, o aluno
perde o interesse e abandona os estudos. Por conta disso, o Brasil, que hoje é
a sexta economia do mundo, corre o risco de ver essa posição ser sacrificada
por falta de recursos humanos em todos os níveis — diz Niskier, que acredita
ser a hora de um novo manifesto:
— Defendo essa ideia para que a
gente avance. Entre os pontos importantes estariam a obrigatoriedade do horário
integral, o uso inteligente da tecnologia e o país priorizando a formação dos
profissionais.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/educacao/manifesto-pela-educacao-completa-80-anos-na-gaveta-5237034#ixzz22gDAAiRO
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