Terminando esta fase tríplice
Agora vamos falar um pouco do “Colégio da UNSP”, no Bairro da Serra em Belo Horizonte.
Mesmo desligada do processo do Ginásio Fernão Dias era procurada para dar palpite na sua “consolidação” administrativa, o que de certa forma, era uma necessidade constante de me fazer atualizada, em termos de leis.
Não recebi nenhuma vez convite para atuar no pedagógico, e muito menos do grupo dos professores que se cotizaram para serem proprietários com a sua aquisição.
No Colégio da UNSP, a partir do mês de março, iniciei como coordenadora pedagógica, com horário especial, dias alternados, de manhã e da noite.
Contrabalançava nestes três turnos de trabalho estas duas escolas, a do 1ºde Maio e a da UNSP.
Quando cheguei, estava claro que o Diretor Administrativo era o Sr. Carlos Moreira, como idealizador da escola e representante da UNSP.
Uma pessoa extremamente presente, respeitado e querido por todos. Atleticano ferrenho dedicava sua vida também às competições de atletismo e apadrinhava fielmente a vida de seus atletas. Muitos dos alunos eram do atletismo, mas também filhos dos servidores mais humildes do Estado, moradores da periferia da hoje “Grande BH”.
Era numa casa adaptada de dois andares e mais alguns puxadinhos externos.
Tinha uma cozinha que preparava a dieta especial dos atletas. Uma biblioteca improvisada, só depois alcançando o mínimo dos cento e cinqüenta títulos, muitos deles doados pelos professores.
Também um dos melhores grupos de professores com quem já trabalhei. Todos formados, leitores assíduos, trocávamos muito livros entre nós, indicávamos, avaliávamos. O poder aquisitivo deles também era maior. Grandes mestres em final de carreira provenientes do Colégio Afonso Celso, que fechara as portas, do Colégio Estadual Central, e do Sistema Pitágoras de Ensino. Mesmo que tivesse uma rotatividade de professores, a qualidade não era abalada. Os novos que chegavam eram alunos ou recém formados da UFMG, na sua maioria. Aqui também, como no Ginásio Jose de Anchieta Machado, as questões sociais e culturais eram muito valorizadas. O ambiente também era alegre.
O Diretor Pedagógico era o Professor Abel Lara, de Português.
Nós tínhamos dois secretários muito bons: Jose Carlos Santiago e Antonio Simões.
Mas logo chegaram as exigências oficiais da secretaria. Outra vez a mesma historia: qual era a única pessoa habilitada para responder pela escola?
Sr. Carlos era o que mandava mesmo. O Professor Abel é que teria que sair oficialmente da sua função de Diretor Pedagógico. Como já tinha experiência nestas saias justas, disse a ele que aquilo tudo poderia continuar só como pro forma. O que me interessava aprender era o trabalho pedagógico. Procurava estudar, compreender e aplicar os seus modismos, apesar de ser impossível tomar pé em alguma teoria. Fazíamos adaptações. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, no caso, procurávamos manter o nosso aberto.
Na realidade eu não acreditava que os executantes da ordem oficial de ensino dominavam ou sabiam muito sobre o que estavam fazendo. Prova disso, são as inúmeras contra ordens que vinham, alem é claro da mudança dos figurantes. Os inspetores não conseguiam trabalhar também com uma linha de continuidade: de inicio, meio e fim, a não ser com dados concretos dos formulários (quantos alunos, banheiros, salas, professores, alunos, turnos, e etc..).
Com pouco tempo o Professor Abel viu que seu espaço continuava preservado, o devido respeito pela sua participação e competência, logo o transformaram em grande amigo e aliado.
Outra coincidência interessante, é que nesse ambiente também tinha um Professor que era autodidata em Educação Física. Por diversas vezes vi professores, iniciantes ou não na carreira, de fora vindo pedir opinião de como deveriam proceder, onde encontrariam tal informação, etc.. Como o João Eli do Bairro 1º de maio, era negro e um exemplo vivo de humildade. Ele é que coordenava todo o planejamento dos atletas e da Educação Física. Seu forte era treinar balizas e, não sei como se chama, as evoluções dos grupos de bandeiras, mais as aberturas de desfile.
Tinha acesso fácil às várias associações esportivas, o quem é quem do sistema. Tudo era com ele: da musica a cor dos collants, adereços, maquiagem das meninas, horário, transporte, alimentação, hidratação, primeiros socorros, aonde chegar, ficar e sair. Contava também com a confiança inabalável das famílias destes adolescentes.
O bendito final do terceiro ano destas escolas, aqui não foi muito diferente.
O pagamento era dentro da tabela, mas terminou sendo feito através de vales.
A mantenedora e suas assembléias também querendo “renovar?” e tomando os cargos, usando sempre os mesmos subterfúgios: boatos, intimidação como não dar garantias do prosseguimento dessas atividades escolares, e tudo de uma hora para outra, acaba.
Agora vamos falar um pouco do “Colégio da UNSP”, no Bairro da Serra em Belo Horizonte.
Mesmo desligada do processo do Ginásio Fernão Dias era procurada para dar palpite na sua “consolidação” administrativa, o que de certa forma, era uma necessidade constante de me fazer atualizada, em termos de leis.
Não recebi nenhuma vez convite para atuar no pedagógico, e muito menos do grupo dos professores que se cotizaram para serem proprietários com a sua aquisição.
No Colégio da UNSP, a partir do mês de março, iniciei como coordenadora pedagógica, com horário especial, dias alternados, de manhã e da noite.
Contrabalançava nestes três turnos de trabalho estas duas escolas, a do 1ºde Maio e a da UNSP.
Quando cheguei, estava claro que o Diretor Administrativo era o Sr. Carlos Moreira, como idealizador da escola e representante da UNSP.
Uma pessoa extremamente presente, respeitado e querido por todos. Atleticano ferrenho dedicava sua vida também às competições de atletismo e apadrinhava fielmente a vida de seus atletas. Muitos dos alunos eram do atletismo, mas também filhos dos servidores mais humildes do Estado, moradores da periferia da hoje “Grande BH”.
Era numa casa adaptada de dois andares e mais alguns puxadinhos externos.
Tinha uma cozinha que preparava a dieta especial dos atletas. Uma biblioteca improvisada, só depois alcançando o mínimo dos cento e cinqüenta títulos, muitos deles doados pelos professores.
Também um dos melhores grupos de professores com quem já trabalhei. Todos formados, leitores assíduos, trocávamos muito livros entre nós, indicávamos, avaliávamos. O poder aquisitivo deles também era maior. Grandes mestres em final de carreira provenientes do Colégio Afonso Celso, que fechara as portas, do Colégio Estadual Central, e do Sistema Pitágoras de Ensino. Mesmo que tivesse uma rotatividade de professores, a qualidade não era abalada. Os novos que chegavam eram alunos ou recém formados da UFMG, na sua maioria. Aqui também, como no Ginásio Jose de Anchieta Machado, as questões sociais e culturais eram muito valorizadas. O ambiente também era alegre.
O Diretor Pedagógico era o Professor Abel Lara, de Português.
Nós tínhamos dois secretários muito bons: Jose Carlos Santiago e Antonio Simões.
Mas logo chegaram as exigências oficiais da secretaria. Outra vez a mesma historia: qual era a única pessoa habilitada para responder pela escola?
Sr. Carlos era o que mandava mesmo. O Professor Abel é que teria que sair oficialmente da sua função de Diretor Pedagógico. Como já tinha experiência nestas saias justas, disse a ele que aquilo tudo poderia continuar só como pro forma. O que me interessava aprender era o trabalho pedagógico. Procurava estudar, compreender e aplicar os seus modismos, apesar de ser impossível tomar pé em alguma teoria. Fazíamos adaptações. Como em terra de cego quem tem um olho é rei, no caso, procurávamos manter o nosso aberto.
Na realidade eu não acreditava que os executantes da ordem oficial de ensino dominavam ou sabiam muito sobre o que estavam fazendo. Prova disso, são as inúmeras contra ordens que vinham, alem é claro da mudança dos figurantes. Os inspetores não conseguiam trabalhar também com uma linha de continuidade: de inicio, meio e fim, a não ser com dados concretos dos formulários (quantos alunos, banheiros, salas, professores, alunos, turnos, e etc..).
Com pouco tempo o Professor Abel viu que seu espaço continuava preservado, o devido respeito pela sua participação e competência, logo o transformaram em grande amigo e aliado.
Outra coincidência interessante, é que nesse ambiente também tinha um Professor que era autodidata em Educação Física. Por diversas vezes vi professores, iniciantes ou não na carreira, de fora vindo pedir opinião de como deveriam proceder, onde encontrariam tal informação, etc.. Como o João Eli do Bairro 1º de maio, era negro e um exemplo vivo de humildade. Ele é que coordenava todo o planejamento dos atletas e da Educação Física. Seu forte era treinar balizas e, não sei como se chama, as evoluções dos grupos de bandeiras, mais as aberturas de desfile.
Tinha acesso fácil às várias associações esportivas, o quem é quem do sistema. Tudo era com ele: da musica a cor dos collants, adereços, maquiagem das meninas, horário, transporte, alimentação, hidratação, primeiros socorros, aonde chegar, ficar e sair. Contava também com a confiança inabalável das famílias destes adolescentes.
O bendito final do terceiro ano destas escolas, aqui não foi muito diferente.
O pagamento era dentro da tabela, mas terminou sendo feito através de vales.
A mantenedora e suas assembléias também querendo “renovar?” e tomando os cargos, usando sempre os mesmos subterfúgios: boatos, intimidação como não dar garantias do prosseguimento dessas atividades escolares, e tudo de uma hora para outra, acaba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário